Wednesday, November 01, 2006

A noite


Teoricamente as pessoas que procuram os locais de diversão, pretendem isso mesmo a dita cuja.
Muitas pessoas vão por obrigação, temos que sair porque sim, porque disse que ia, porque não quero ficar em casa a ver tv a levar com ele (sem conotação sexual, isto do levar com ele) ou com ela, outros procuram na noite uma companhia mas sem tentar qualquer aproximação.
Estas não são as pessoas melhores para animar uma casa e serem animadas por nós, é um público difícil, pouco dado a sorrisos.
Bons são aqueles que chegam em grupo, em ambiente de festa, enormes sorrisos, vontade de dançar, de conquistar e de ser conquistado.
A noite está a mudar, já era tempo disso acontecer, a nova geração de mulheres que chega é a responsável por isso, não sei se foi dos morangos que comeram, mas elas querem festa, parece que saíram de um vídeo da Shakira, as roupas, cabelos, barrigas, colares, cintos, a maneira de dançar, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23 a idade interessa pouco o comportamento é semelhante, todas querem dançar em cima de um balcão, poupa-se o dinheiro das bailarinas.
Só não digo que vem aí uma nova revolução sexual, porque os machos das mesmas idades excluindo um pequeno número não estão para aí virados, preferem olhar, são tímidos, enquanto elas fazem a dança de sedução eles escrevem sms.
Acho que esta é uma geração mais limpa, não lido com pastilhados, conheço muita gente que gosta de uns charros mas isso hoje é banal eu não fumo disso porque não gosto, assim como não gosto dos ambientes das festas de Vibes, os chapéus, os brincos, os saltos que não são de sapatos, muita água para acompanhar as rodas, os LSD, os Selos.
Se eu estivesse na noite só para ganhar dinheiro organizava festas tecno, trance, electro, ou no oposto caribes, coisas tipo la movida em que os empregados trabalham de calção ou fio dental, músculos besuntados.
A única coisa que entra no meu nariz é o meu indicador para tirar uma ou outra catota mais resistente, e quanto a fumos só Sg Ventil.
Um ex cliente meu, frustado porque aqui ninguém lhe pegava, mudou de poiso, dizia ele que agora ía para o Via Rápida no Porto e aí é que era, só mulheres, tudo de qualidade! (acho que ele nunca se sentou no muro de manhã e ficou a ver o pessoal a sair do VR, as luzes fazem milagres)
Ouvindo isto a C. disse e tu o que fazes?
Eu fico encostado ao balcão a beber o meu copo.
Não falas com elas?
Não, eu fico ali a ver.



6 comments:

Miguel said...

é de facto incrivel a vertiginosa evolução que a noite levou,chega a ser intimidante, daí as novas gerações de machos ficarem muito na expectativa...(idiotas) se na nossa geração tivesse sido assim...mas elas usavam camisas abotoadas ate ao pescoço , vestidos até á sola dos sapatos, cabelos penteados com azeite...a sorte é que actualmente muitas tornaram-se das mulheres mais bonitas que já vi,o que por um lado ainda se torna mais frustante!!!Enfim...

Nuno

Ana A. said...

Olha lá, lá por ter 22/23 anos, isso não quer dizer que me vista e arranje como se estivesse desesperado por que me caiam em cima, e isso sim no mau sentido. E também não me ponho em cima dos balcões a dançar à Coyote Bar. Se o faço é privado para alguém que valha a pena. E o VR não é nada de mais. E não gostei do generalismo da coisa, sim?

Sem sono como sempre said...

100 sentidos, ofendida?
Não são as roupas que definem as pessoas, podem mostrar um pouco do que pretendem, mais ou menos sensuais, betos, punks, gunas, mas depois é a atitude de cada um que conta.
Ninguém é beto só porque veste um polo de marca e sapatinho de vela.

Como em tudo há excepções, e aqui a excepção é quem sobe para cima do balcão e não quem fica na pista, esses sim são uma pequena minoria.

Quanto ao Vr não podia estar mais de acordo contigo.

Não pretendia generalizar, até porque não sabia onde me colocar, bebo mas não sou alcoólico, fumo mas não sou drogado, gosto de house mas não vou a raves, a minha roupa é de marca mas não sou beto, não tenho namorada mas não estou desesperado.
Nem toda a geração de 60 foi Hippie havia quem preferisse o Elvis, nem os de 70 dançaram todos o disco, muitos ouviam os Stones, em 80 muitas meninas queriam os Duran Duran e os Modern Talking e outras preferiam os Inxs e os U2 e depois temos aqueles que durante estes anos todos, preferiam ouvir os Beatles, a Amália, o Zéca Afonso, Jazz...

A música está aí todos a ouvem, mas só dança quem quer.

Volta sempre, gostei

Ana A. said...

Claro que volto, quanto mais não seja para te chatear a cabeça. De facto, acho que generalizaste toda ageração dos 18 aos 25 anos e nem toda é assim. Lá porque a grande a maioria o seja, há uma grande minoria que por vezes nem sequer vai a esse tipo de sítios. Eu cá prefiro de longe a Ribeira e o Cais de Gaia.
Quanto há indefinição podes colocar aí mais uma pessoa, também bebo e não sou alcoólica, fumo e não sou drogada, não gosto de house, visto roupa de marcas desconhecidas para a maioria e prefiro a minha solidão à companhia de pessoas que não merecem o privilégio.
Acho que é mais por aí...

viveremsegredo said...

ora ai está uma coisa que adorooo fazer... observar...

Sem sono como sempre said...

Ontem comentei com um habituée, que o meu post estava incompleto, não tive tempo de escrever o que faltava, e só o meti porque caso contrário ia ficar como muitos outros nos drafts. Agora não vou alterar nada, até porque algumas das ideias seriam reforçadas e acho que isso fica para outro post.

Viver: Eu também gosto de observar.
O meu cliente não.